Vinte e Seis...

14 janeiro 2015

Atenção:
O texto a seguir é de irresponsabilidade de seu autor. Em nenhum momento ele representa os ideais deste blog. 
Exceto do parágrafo seguinte até o último ponto final.



Vinte e seis, vinte e seis...
O número ecoava em sua mente, girava e dava cambalhotas, como se zombasse de sua agonia.
Agonia.
AGONIA
A
G
O
N
I
A
Faltavam cinco dias, mas aquela tristeza já lhe seguia há tempos.
VINTE
E
SEIS
Você só é jovem até os vinte e cinco, dizia. Até os vinte e cinco você tem vinte e poucos, depois tem vinte e muitos, vinte e todos, quase trinta, "ainda tá solteira?", "já passou da hora de ser mãe, não acha?".
"Cheguei a um ponto deplorável", ruminou, ao escutar pela terceira vez uma música do Rosa de Saron.
"Eu devia ter vergonha."



"Mas essa droga é a minha cara."- Ponderou, antes de aumentar o volume.
Há dez anos atrás... se a menina que eu fui há dez anos atrás me visse agora, choraria. Com certeza.
Mas dez anos depois ela se limitou a encher mais uma vez o copo com vodka e suco de laranja, gelo e açúcar.
"Screwdriver." Sorriu sarcasticamente. "Perfeito pra uma fodida como eu. SCREW YOU!" E tomou do copo em um único gole, fazendo uma careta.
Havia começado o ano resolvida a fazer diferente, a não ser tão pessimista, a levar um sorriso no rosto, e um monte de outras baboseiras.
Com os pés fincados na terra e os fogos de artifício lambendo seu rosto, prometeu aos seus elementais que seria a última vez, a última tristeza, o fim da depressão.
Hoje, um namorado distante infartado e uma conta bancária zerada depois, já havia se decidido de que a única promessa para o ano seria a de não se matar. Conveniente, era uma situação de GANHA-GANHA, não haveria como se dar mal: se fosse covarde mais um ano, promessa cumprida; se descumprisse a promessa, pelo menos estaria abaixo de sete palmos, quem sabe batendo um papo com o capeta.
Sorriu ao pensar na imagem.
Seu humor negro era o que lhe fazia menos insuportável. Por vezes pensou em aproveitar-se disso, criar uma esquete, um vlog, qualquer coisa. Mas a capricorniana dentro de si era sempre muito mais forte que o ascendente em sagitário.
Mau- humorada, pessimista e depressiva. Uma combinação mais do que agradável. E logo mais: Velha.
Não que os malditos vinte e seis fossem algo que ela considerasse como velho. Mas eram um símbolo, o pendão de que o tempo passa, e que ele é veloz e implacável.
Há dez anos... dez anos... eles voaram como se estivessem montados na droga de um foguete. O que esperar dos próximos dez?
"Que ridícula! Ao invés de perder tempo pensando no futuro, você deveria fazê-lo!" Mas sabia que já não acreditava mais nisso, que não sabia mais agir. A ansiedade não tratada por anos, a depressão não curada, tudo era como uma bola de ferro que a prendia onde estava. Na desconfortável posição de coisa nenhuma.
Engoliu mais uma dose de screwdriver: SCREW YOU! Brindou. Era a única coisa que sabia que aconteceria: "Vinte e seis! Ainda há muito a se foder até lá..."

3 comentários:

  1. Olá, acredito que nunca se é tarde para viver, não importa qual seja a idade, muitos recriminam por ter muita idade e não ter casado e ter filhos, acredito que seja a escolha de cada um, momento certo que devem escolher com calma, eu aos meus 20 estou bem assim, muitas antes disso já tem de dois a três filhos, eu prefiro me dedicar aos estudos, aproveitar a vida da forma como bem entendo.
    Quando ficar na dúvida e ligar para o que os outros falam simplesmente ignore ou grite pra todo mundo A VIDA É MINHA VÃO SE FODER. kkkk
    http://k-secretmagic.blogspot.com.br/
    Xoxo

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  2. Vinte e seis é uma idade maravilhosa como qualquer outra. Mas, também é natural que entremos em crises de tempos em tempos, o que se chama: processo de maturação. O legal da velhice é que a pessoa continua viva. Quem não envelhece, morre.
    Para alguns sábios, a mulher aos quarenta é considerada coroa, pois é coroada pelo tempo com a sabedoria. E quando seus cabelos ficam todos brancos, significa que chegou ao ápice do conhecimento, podendo tocar em todos. Lógico, que na sociedade ocidental/cristã é mais difícil compreender esse processo. a mulher, depois dos 20, passa a ser descartável.

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  3. Oi Amanda!
    o.O chego nos vinte daqui a alguns minutos hahaha
    Se o Diego de dez anos atrás me visse hoje, eu sei que ele sentiria orgulho. Me fodi na vida? Sim, muito! E continuo me fodendo... Mas continuo firme aqui né? Já é um motivo pra comemorar :)

    Beijos, muito sucesso!
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