Resenha: O Príncipe dos Canalhas - Loretta Chase

02 outubro 2015



Ficha Técnica
Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580413991
Ano: 2015
Páginas: 288
Sinopse:
Sebastian Ballister é o grande e perigoso marquês de Dain, conhecido como lorde Belzebu: um homem com quem nenhuma dama respeitável deseja qualquer tipo de compromisso. Rejeitado pelo pai e humilhado pelos colegas de escola, ele nunca fez sucesso com as mulheres. E, a bem da verdade, está determinado a continuar desfrutando de sua vida depravada e pecadora, livre dos olhares traiçoeiros da conservadora sociedade parisiense. Até que um dia ele conhece Jessica Trent...
Acostumado à repulsa das pessoas, Dain fica confuso ao deparar com aquela mulher tão independente e segura de si. Recém-chegada a Paris, sua única intenção é resgatar o irmão Bertie da má influência do arrogante lorde Belzebu.
Liberal para sua época, Jessica não se deixa abater por escândalos e pelos tabus impostos pela sociedade – muito menos pela ameaça do diabo em pessoa. O que nenhum dos dois poderia imaginar é que esse encontro seria capaz de despertar em Dain sentimentos há muito esquecidos. Tampouco que a inteligência e a virilidade dele pudessem desviar Jessica de seu caminho.
Agora, com ambas as reputações na boca dos fofoqueiros e nas mãos dos apostadores, os dois começam um jogo de gato e rato recheado de intrigas, equívocos, armadilhas, paixões e desejos ardentes.

O Príncipe dos canalhas
, é um romance histórico que se passa no final do século XVIII. Inicialmente, conhecemos a história de Sebastian Ballister, o príncipe (ou melhor o canalha) em questão. E é aí que a Loretta já nos mostra ao que veio, desde as primeiras páginas ela estrutura o personagem de modo a nos fazer entender o porquê dele ter o homem que ele é. Essa estruturação se inicia com ela nos mostrando como aconteceu o casamento dos pais dele, um Marquês de idade avançada que havia perdido anteriormente a esposa e os filhos e se casa com uma nobre italiana, que não possui o mesmo “recato” de uma nobre inglesa e assim acaba por assustar ao marquês com suas estripulias no leito nupcial. O assombro do homem é tanto que quando ela dá a luz a um menino, com claras características italianas, nesse caso um anguloso nariz muito grande para um bebê, ele pensa que aquele é o fruto do castigo de Deus e promete a si mesmo que jamais voltará a se deitar com ela. O que a leva a anos depois fugir com outro homem.

O pequeno Sebastian era muito apegado a mãe, apesar dela ser bem temperamental e com a sua partida ele sofre com a alienação parental causada pelo pai e, na sequência, é enviado para estudar em Eton, onde sofre o constante Bullying por sua aparência que foge aos padrões de beleza ingleses. Para fugir do Bullying, ele acaba aderindo ao “se não pode com eles, junte-se a eles” e assim começa a consolidar sua fama de Belzebu, tanto pela aparência quanto pelas ações que fogem de todas as regras da sociedade. Sebastian também é muito inteligente e consegue se consolidar sem a ajuda do pai, mas acaba recebendo o título após a morte dele. Devido a outros acontecimentos e também a baixa auto-estima, ele acredita que nenhuma mulher se envolverá com ele por outro motivo que não o seu título e assim prefere só se envolver com cortesãs e evitar as damas nobres da sociedade. Até o dia que ele conhece Jéssica e por algo mais forte não consegue se afastar dela. Ela é a irmã mais velha de um dos seguidores, Bertie um bobalhão, e foi à França com o intuito de levar ao irmão de volta a Inglaterra, antes que ele abra falência por tentar imitar o estilo de vida do Marquês, coisa que ele não sabe administrar. Jéssica é órfã e por isso, além da influência da avó, uma beldade que encanta a França, é bem liberal para a época e não se assusta com os possíveis escândalos, na verdade, ela é tão intelectual quanto o Marquês e consegue vira-los ao seu favor. E é aí que a nossa aventura começa.

E quem diria que num livro com esse título eu fosse me deparar com uma história permeada por desconstrução de machismo e lições de sororidade? A Loretta Chase recebeu O Prêmio RITA de melhor romance histórico por esse livro, mas poderia ter recebido também o de maior personagem histórica empoderada, se esse existisse.
Em uma resenha de outro romance histórico, que publiquei anteriormente, recebi um comentário onde uma moça dizia que estava virando clichê o fato dos livros históricos terem personagens femininas à frente do seu tempo.

Sinceramente?
Que bom! Dou graças por isso, desejo que isso realmente vire clichê e consiga se emaranhar nas leitoras e assim passe a acontecer no mundo real. Precisamos disso para desconstruir aos poucos o machismo tão emaranhado, até mesmo nesse tipo de literatura que é tão nosso, geralmente, escrito de mulheres e para mulheres, mas que mesmo assim muitas vezes nos castra e submete em suas histórias. Por isso, nada mais justo do que as nossas heroínas trazerem para nós lições de empoderamento, ainda que sutis.
Em O Príncipe dos canalhas, a Loretta compôs uma história forte, romântica, levemente ardente, bem estruturada, cheia de diálogos marcantes e permeada de boas lições. Tudo isso sem perder os elementos estruturais que compõem um bom romance histórico. Então se você já é fã do gênero, sem sombra de dúvidas vai amar essa trama e se você ainda não é, mas quer se dar uma chance de conhecer esse tipo de escrita esse é o título ideal para começar.
Beijos, espero que tenham gostado da resenha e deem suas opiniões nos comentários.

Resenha postada inicialmente no blog Poesia na Alma

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