É muito normal para nós blogueiros, que convivendo nesse meio literário tentem cercear o nosso direito a ter uma ideologia e um pensamento crítico. Quando denunciamos a presença de algum abuso, seja ele sexual, racial, ou de gênero, entre outros, a primeira coisa da qual nos acusam é de não apoiarmos a literatura nacional e isso é uma mentira!
Nosso problema, não é e nem nunca foi com a literatura nacional, dizer isso é mais uma vez tentar camuflar o conteúdo tóxico de algumas obras.
O que nós não aceitamos mais são obras de cunho racista, misógino, homofóbico, gordofóbico.
O que nós não aceitamos mais são obras que diminuam as lutas das minorias, propaguem ideais de segregação racial/socioeconômico ou romantizem a violência contra a mulher e as crianças seja isso no futuro, no passado ou no presente.
O que nós não aceitamos mais são obras de cunho racista, misógino, homofóbico, gordofóbico.
O que nós não aceitamos mais são obras que diminuam as lutas das minorias, propaguem ideais de segregação racial/socioeconômico ou romantizem a violência contra a mulher e as crianças seja isso no futuro, no passado ou no presente.
E caso não tenha ficado claro, pois muitas vezes distorcem esse fato, romantizar/normatizar esses "abusos" (usando aqui a palavra abuso para generalizar todos os exemplos que citei) não é abordar a temática na obra e sim tentar passar esse abuso como algo certo, algo comum, algo aceitável. Romantizar/normatizar esses abusos é fetichiza-los, torna-los mais agradáveis e fácil de deglutir. É culpabilizar a vítima. É não critica-los.
Existe uma mentalidade deturpada de que na ficção vale tudo, pode tudo e que ir contra isso é ir contra a arte e liberdade de expressão, que como brasileiros devemos defender e apoiar a literatura nacional. Coisa que não é bem assim...
Ora, quem consome ideais que não concorda? Você compraria um CD de uma banda que faz apologia ao nazismo em suas letras? Você compraria um livro que normatiza a pedófilia?
Não! (espero muito que a sua resposta tenha sido, essa, pelo menos.)
Eu sou nordestina, faria algum sentido eu ler e apoiar uma obra que contenha preconceito contra as pessoas da minha região? Ou ainda, faria sentido que eu apoiasse um autor(a) que possua e propague esse tipo de opinião pessoal?
Não! Eu estaria indo contra a minha própria identidade.
Isso não é algo difícil de compreender.
E isso não é diferente de eu não querer consumir uma obra onde o 'mocinho' subjuga a mocinha e isso é colocado como algo romântico.
Uma obra onde uma jovem é estuprada e o autor deixe implícito que ela pediu por aquilo.
Uma obra em que um personagem é hostilizado por ser homossexual.
Uma obra que imponham a uma jovem gorda que ela tem que emagrecer se quiser ser aceita.
Uma obra que diga que na época da escravidão uma mulher negra tinha autonomia para decidir se ela gostaria de ceder às investidas 'românticas' do seu senhor ou não.
Esse tipo de coisa vai contra os meus ideais, vai contra tudo que estudei, vai contra a pessoa que eu lutei para me tornar.
Uma obra onde uma jovem é estuprada e o autor deixe implícito que ela pediu por aquilo.
Uma obra em que um personagem é hostilizado por ser homossexual.
Uma obra que imponham a uma jovem gorda que ela tem que emagrecer se quiser ser aceita.
Uma obra que diga que na época da escravidão uma mulher negra tinha autonomia para decidir se ela gostaria de ceder às investidas 'românticas' do seu senhor ou não.
Esse tipo de coisa vai contra os meus ideais, vai contra tudo que estudei, vai contra a pessoa que eu lutei para me tornar.
Ou seja:
Eu não sou público alvo de ideais fascistas. E não consumo ou apoio esse tipo de obra.
Como leitora admiro e apoio autores capazes incentivar seus leitores a serem críticos e a pensarem de forma social pelo bem estar da coletividade. Autores que tenham coragem de defender os seus ideias e lutarem por aquilo que acreditam com a arma que possuem em mãos - A ESCRITA.
É esse tipo de autor que eu apoio e recomendo, os nacionais mais ainda, porque eles sabem exatamente os problemas sociais que enfrentamos e podem representar e descrever bem as nossas causas.
Por isso segue a minha lista de leitura com obras nacionais recomendados, por mim e por pessoas que assim como eu são contra toda e qualquer forma de abuso.
Livros Nacionais Livres de Abuso:
Quem recomenda - Título da obra (Linkado para resenha) - Autor - Gênero
- Kris Oliveira - Eu Vejo Kate - Claudia Lemes - Thriller Policial
- Kris Oliveira - O Garoto do Cachecol Vermelho - Ana Beatriz Brandão - Romance YA
- Kris Oliveira - Jardim de Espelhos -Veridiana Maenaka - Romance de época
- Kris Oliveira - Paganus - Simone O. Marques - Romance de época
- Kris Oliveira - Senhorita Aurora - Babi A. Sette - Romance
- Kris Oliveira - Em Suas Mãos - Bianca Briones - Romance
- Kris Oliveira - A Mãe, A Filha e o Espírito da Santa - PJ Ferreira - Ficção Brasileira
- Kris Oliveira - Teresinha - Josué Souza - Contos
- Kris Oliveira - Tudo Nela Brilha e Queima - Ryane Leão - Poesia
- Kris Oliveira - Mulheres - Carol Rossetti - Ilustrações
- Kris Oliveira - Receio - Débora Mattana - Romance Fantasia Ya
- Kris Oliveira - Uma Chance pra Recomeçar - Diana Scarpine - Romance / Drama
- Kris Oliveira - Aqualtune e as Histórias da África - Ana Cristina Massa - Infanto Juvenil
- Kris Oliveira - Nocaute - Anderson Fernandes e Débora Kaoru - Ficção Brasileira
- Kris Oliveira - Quissama - O Império dos Capoeiras - Maicon Tenfen - Romance Histórico
- Kris Oliveira - Tudo é Possível - Carlos Henrique de Oliveira - Romance Espírita
- Kris Oliveira - Mulheres que Não Sabem Chorar - Lilian Farias - Romance LGBT
- Alessandra Morales - Coisas Inatingíveis - Danilo Leonardi - Romance YA
- Alessandra Morales - A Beleza de Um Cacto - Mariana Ramos - Novela / Drama
- Alessandra Morales - Assim na Terra como Embaixo da Terra - Ana Paula Maia - Ficção Br.
- Alessandra Morales - Como eu imagino você - Pedro Guerra - Romance YA
- Alessandra Morales - O Escravo de Capela - Marcos de Brito - Terror
- Alessandra Morales - Ninguém Nasce Herói - Eric Novello - Distopia
- Alessandra Morales - O Diário Bipolar - Manoela Serra - Não Ficção
- Alessandra Morales - O Treinador do Meu Sobrinho - Vanessa Gramkow - Romance
- Alessandra Morales - Sacanas do Asfalto - Robson Gundin - Ficção Brasileira
- Alessandra Morales - Dois Mundos - Simone O. Marques - Fantasia Contemporânea
- Beatriz Andrade - Uma Chance Para Amar - Mara Monni - Romance
- Beatriz Andrade - Antes de Tudo Acabar - Mary C. Müller - Romance YA
- Beatriz Andrade - A Cor das Almas - Neide Barth Rosencheg - Romance
- Beatriz Andrade - O Romance Inacabado de Sofia Stern - Ronaldo Wrobel - Romance
- Beatriz Andrade - As Chances que a Vida dá - Quitéria Vargas - Ficção
- Raquel Costa - Cage - Andy Collins - Romance
- Raquel Costa - Eu Me Possuo - Estella Florence - Romance/Ficção
- Sabrina Miranda - A Profecia de Hedhen - Christina Aguiar - Fantasia
- Sabrina Miranda - O Pescador de Sereias - Juliana Costa - Fantasia
- Sabrina Miranda - Boa Noite - Pam Gonçalves - YA
- Sabrina Miranda - Vamos Juntas? - Babi Souza - Não-ficção
- Sabrina Miranda - Amor Nos Tempos do Ouro - Marina Carvalho - Romance Histórico
- Ana Carolina - A História de Malikah - Marina Carvalho - Romance Histórico
- Sammysam Rosa - Perfume de Fogo - Thais Lopes - Fantasia Urbana
- Sammysam Rosa - Nilue - Thais Lopes - Alta fantasia
- Sammysam Rosa - Paredes Vivas - Rosa Mattos - Romance Sobrenatural
- Sammysam Rosa - O Lago Negro - Juliana Daglio - Fantasia
- Sammysam Rosa - A Estrangeira - Chirley Wandekoken - Romance Histórico
- Alice Aguiar A Canção das Estrelas - Karen Soarele - Fantasia
- Alice Aguiar - Línguas de Fogo - Karen Soarele -Fantasia
- Thalia Mirely - Contos de Will & Richard (Parte 1) - Gaby Fraga - Conto LGBT
- Roberta Gouvêa - O Estranho Apartamento do Professor Clodoberto - Rosana Rios - Novela
- Roberta Gouvêa - Caleidoscópio - Nina Spin - Conto
- Roberta Gouvêa - Sutilmente - Nina Spin - Conto
- Roberta Gouvêa - Poder Extra G - Thati Machado - Romance
- Roberta Gouvêa - Não Tranque a Porta - Amanda Agatha Costa - Conto
- Roberta Gouvêa - O Céu é logo Ali - Lilian Farias - Romance LGBT
- Roberta Gouvêa - Meu vizinho indiscreto - Mari Monni e Luísa Aranha - Romance
Em breve a lista será atualizada com mais títulos recomendados por mim e por outras pessoas.
Caso você tenha resenhado algum livro que se encaixa nesse padrão e queira indica-lo, sinta-se a vontade para me mandar o link da resenha nos comentários ou por mensagem.
Caso você tenha resenhado algum livro que se encaixa nesse padrão e queira indica-lo, sinta-se a vontade para me mandar o link da resenha nos comentários ou por mensagem.
Amei o texto e concordo com tudo o que foi dito. Um autor que interpreta o senso crítico de um leitor como uma forma de boicote pra sua obra nao merece meu tempo de leitura.
ResponderExcluirUm auto boicote, né?!
ExcluirObrigada por visitar ^_^
Oi Kris, adorei seu post, é necessário entender que não apoiar livro abusivo é diferente de não apoiar Literatura nacional, pq não apoio livro abusivo indiferente se é nacional ou estrangeiro.
ResponderExcluirParabéns pelo POST :*
Keeeel ♥
ExcluirMulher, elas entendem. O negocio é que é melhor inventar uma desculpa, que assumir a sua responsabilidade pela rejeição.
Kris isso é a mais pura verdade e ouso dizer que vai ter gente compartilhando esse post distorcendo tudo que você falou (sempre tem).
ResponderExcluirUma coisa é você mostrar o abuso e saber trabalhar com ele, mostrar que é errado, mostrar personagens combatendo esse tipo de situação. Outra é mostrar o abuso e colocar ele como fofinho, o personagem não sabia o que tava fazendo tadinho ... o erro dele foi amar demais .... como se toda a merda que aconteceu no livro fosse algo lindo e normal.
É muito triste a gente apontar o defeito da obra e o autor achar que isso é ser contra a literatura nacional, muito pelo contrário. A gente é tão a favor da literatura que está tentando não deixar esse tipo de merda ser vista como algo lindo e normal.
Seguindo o Coelho Branco
Provavelmente vai ter Alice, mas é da vida né? Tenho responsabilidade com o que publico, não com o que os outros enxergam. Esclareci o ponto de vista o máximo possível, se mesmo assim o pessoal distorcer fora do meu controle.
ExcluirPois é eu acho mais que esse tipo de problema social precisa ser abordado e não omitido, só que abordado da forma certa e com responsabilidade. Já passou da hora de autores perceberem que são sim formadores de opinião e devem usar isso pra fazer algo melhor e não o contrário.
Te amo e defenderey! Hahaha
ResponderExcluirCompartilhando já
Love u Too ♥
ExcluirNos defenderemos <3
Obrigada Lê
Estou cansada de livros romantizarem abuso, tanto nacionais quanto estrangeiros, o problema é que se falamos mal de um livro nacional somos apedrejados. Precisamos falar sobre isso sim, precisamos mostrar que é errado romantizar e normatizar qualquer tipo de abuso. Eu adorei a sua postagem e estou anotando os livros da lista para ler também.
ResponderExcluirMim beja no lábios.
ResponderExcluirMiga, disse tudo. Esses autores são engraçadões. Querem liberdade de expressão pros seus despautérios e censura pra quem os aponta? Hahahahhaha.
Se têm a coragem de publicar esses lixos, que aguentem o tranco das consequências.
:)) beijo muitoo gatan.
ExcluirÉ foda Mandy, o pessoal quer ter livre arbítrio pra e todo mundo tem que aceitar todos absurdos e pronto, simples assim, tensooo