Ficha Técnica
Edição: 1Editora: TordesilhasISBN: 978-85-8419-007-2Ano: 2015Páginas: 208Tradução: Cássio de Arantes LeiteSinopse:Enquanto ganhava reconhecimento literário, Wilde se envolveu com o jovem Lord Alfred Douglas, a quem ele chamava Bosie. O pai de Alfred, o marquês de Queensberry, soube do envolvimento amoroso eenviouao escritor irlandês uma correspondência atacando a homossexualidade do autor. Em resposta, Wilde processou o marquês por difamação, mas a decisão acabou sendo um tiro no próprio pé – os advogados do marquês apresentaram provas da homossexualidade (considerada crime à época) de Wilde, não apenas se livrando da acusação de difamação, mas provocando a prisão do escritor por “indecência grave”.No dia 25 de maio de 1895, Wilde foi considerado culpado e sentenciado a alguns anos de prisão. Isolado da sociedade, Wilde manteve-se ocupado escrevendo. Um de seus trabalhos foi a carta que viria a ser chamada “De Profundis” e que foi publicada cinco anos após sua morte. O título significa “das profundezas” e faz referência ao salmo 130, da Bíblia, no qual a expressão é usada como metáfora de uma terrível angústia e, segundo alguns críticos, da morte.O texto dá conta das dificuldades sofridas por Wilde, que, enquanto discorre sobre os tormentos que Bosie lhe trouxe, acaba revivendo certos episódios de sua relação.Cheio de amargura, Wilde chama a atenção de seu provável amante para o desperdício que lhe trouxe tanto financeira quanto artisticamente. Culpa-o pelo dinheiro esbanjado e por suaprópria produção literária escassa. A disparidade com que o autor vê a sua vida e a de seu antigo companheiro é flagrante: "Você tem caminhado livre entre as flores. De mim o belo mundo de cor e movimento foi usurpado".Wilde também comenta a natureza humana e a sociedade, na qual seu status foi deteriorado após a prisão. De fato, quando termina o período de encarceramento, ele se exila na França e passa a viver na casa de amigos e em hotéis baratos. Sua produção literária nessa época é mínima, e a escassez permeia toda a sua vida – Wilde estava falido e emocionalmente esgotado, além de ter a saúde debilitada. Wilde nunca enviou a carta para Bosie, que a leu pela primeira vez quando ela foi publicada.De profundis é uma obra menos estudada que os clássicos do autor, como O retrato de Dorian Gray e a peça A importância de ser prudente. A edição da Tordesilhas tem posfácio de Munira H. Mutran, professora da Universidade de São Paulo (USP) e fundadora da Associação Brasileira de Estudos Irlandeses(ABEI). Munira é amplamente reconhecida por sua contribuição ao estudo da literatura irlandesa.
Minhas Opiniões sobre o livro:
De
Profundis é uma espiada pelo
buraco da fechadura do conturbado
relacionamento do escritor com seu “amigo” Lorde
Alfred Douglas, a quem Wilde chamava carinhosamente de Bosie.
Relacionamento este que, culminando na prisão de Wilde
por atos de indecência, foi esmiuçado por ele nesta amarga carta, escrita na
prisão com permissão do superintendente da prisão, que a cada dia tomava-lhe a
folha escrita.
Após sua saída da prisão, Wilde, já de possa de seu
manuscrito, confia-o a Robert Ross (ex-amante e desafeto de Bosie) que o
publica em 1905, cinco anos após a morte do autor.
O que vemos na extensa carta é um Wilde fragilizado,
ressentido e amargurado, que se sabendo brilhante demais para ter sido enganado
tão profundamente pelo amante e seu pai, tenta com uma fúria apaixonada
diminuir o amor que sentia por Bosie, enumerando seus incontáveis defeitos, sua
brigas e excessos, assim como rebaixando a capacidade intelectual do “amigo”,
chegando a declarar que Douglas foi um empecilho em sua carreira, um estorvo
intelectual, entre outros diversos insultos rancorosos e cheios de uma
necessidade visceral de ferir o outro, afirmando que não o amava, que Bosie não
era bom o suficiente para ele, que sua presença o estorvava.
É sem duvida um deleite para os fãs do autor, pois é um
mergulho intenso em sua vida privada.
Um livro curto, que retrata a alma ferida de um artista
intenso, traído pelo próprio sentimento em um período em que amar a pessoa
errada poderia custar a liberdade.
Nunca ouvi falar...:( Compensa a leitura?
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