Resenha: Prometo Falhar, de Pedro Chagas Freitas

Aviso: este post contém altas doses de babação e tietagem. Não recomendado para pessoas com intolerância aos componentes citados.

Ficha Técnica
Edição: 1ª
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581637495
Ano: 2015
Páginas: 400
Melhor Preço: R$ 27,90
Sinopse: Prometo Falhar é um livro que fala de amor. O amor dos amantes, o amor dos amigos, o amor da mãe pelo filho, do filho pela mãe, pelo pai, o amor que abala, que toca, que arrebata, que emociona, que descobre e encobre, que fere e cura, que prende e liberta. Em crônicas desconcertantes, Pedro convida o leitor a revisitar suas próprias impressões sobre os relacionamentos humanos. A linguagem fluida, livre, sem amarras, faz querer ler tudo de uma vez e depois ligar para o autor para terminar a conversa . Medo, frustração, inveja, ciúme e todos os sentimentos que nos ensinaram a sufocar são expostos sem pudores. Mergulhe de cabeça numa obra que mostra que é possível sair ileso de tudo, menos do amor. Você escolhe a ordem em que vai ler as crônicas do jovem escritor que tem 21 obras publicadas e é sucesso de vendas em Portugal.

RESENHA

Eu sei. Minha opinião não vale meia goiabinha murcha com bicho dentro. Mas se você puder aceitar o conselho de alguém como eu, pare tudo o que está fazendo e dirija-se até a livraria mais próxima. Chegando lá, apenas pegue este livro, e olhe intensamente para ele. Veja a capa tão linda, sinta o peso. Leia a contracapa e folheie por cinco minutos, antes que a vendedora venha.
Então tente. Apenas TENTE devolvê-lo à prateleira. Se você conseguir, parabéns você não tem coração  você passou no teste e pode voltar pro que estava fazendo, e é muito provável que você seja uma pessoa muito contida em seus sentimentos.

Diga que sim! ♥

Se você, entretanto é um impulsivo, já amou alguém (seu cachorro, seu avô, sua mãe namoradx, amigos, a vida), já se desiludiu, já se sentiu arrebatado, ou já teve um sentimento inexplicável que você mal entendia direito, provavelmente já estará no caixa pagando pela sua nova aquisição.
E provavelmente vai esperar que todas as 21 obras de Pedro Chagas Freitas sejam publicadas no Brasil. E provavelmente vai estar mandando mensagens na fanpage do autor, com o conteúdo: Queres casar comigo todos os dias, Pedro

Li o livro duas vezes para resenhá-lo, porque não podia acreditar que era tão bom. Porque, gente, tinha que ter alguma coisa que eu não ia gostar. Uma crônica, uma frase, uma expressão, uma vírgula? Não?

Cada pequena construção uma poesia. 

Li o livro duas vezes, porque carecia compreendê-lo. O que era aquilo que eu havia acabado de ler? 

Eram crônicas, era poesia, eram retalhos que representavam amores diferentes de uma mesma pessoa e eu não percebi? O que é isso que eu estou lendo?

Ah, para fins de catálogo, é um livro de crônicas. Mas que importa? 

A verdade era que cada história que eu li ali era minha, e era também de gente que eu conheço.

Sem um título, ou uma marca que separasse cada texto, Pedro parece tecer toda uma existência, todos os amores vividos por todas as pessoas. Sem a marca formal de separação, todas as histórias se integram e são únicas, e  simplesmente não consegui parar de ler, até que não sobrou nada, nem as orelhas.

A escrita de Pedro é muito sinestésica e as frases que ele usa pareceram formar as imagens diante dos meus olhos, os cheiros em minhas narinas, o gosto na boca, o contato na pele, o sentimento na alma. Um texto de uma força tamanha, que logo na primeira página já me desfiz em lágrimas. E li pra minha mãe, que chorou junto. E postei no Facebook, e os amigos quiseram saber que livro era e onde compravam.

Aqui está o texto que comoveu meio mundo.

A sensação de uma conversa filosófica com seu melhor amigo é inebriante. Parece que conversamos com um velho companheiro que nos conta a vida, e que calhou de ser um cronista cheio da poesia. E dos bons. E tocantes.

Pedro Chagas Freitas tornou-se em uma obra, uma obsessão minha. Senti que o que lia ali era tudo o que eu sempre quis escrever, mas me faltava a competência.

Espero que todos leiam. Espero que todos sintam mais ou menos que eu senti. Espero que Pedro faça mais sucesso do que tanta coisa medíocre que anda por aí a se tornar best-seller.

Espero me mudar para Portugal e trombar com ele numa e esquina, e que ele descubra que me ama para sempre pelo menos por um dia  que esta minha resenha faça jus à intensidade da obra que li.

E espero que não me achem MUITO idiota por estar assim tão apaixonada por um livro, por um autor, por um conceito. Acontece, e se você olhar bem, o título da resenha é "Prometo Falhar". 

Acho que promessa é dívida.