Resenha: Bruxa da Noite- Livro um da Trilogia Primos O’ Dwyer, de Nora Roberts

20 julho 2015


Ficha Técnica
Edição: 
Editora: Arqueiro
ISBN:9788580413847
Ano: 2015
Páginas: 320
Sinopse: De uma das autoras mais queridas do mundo chega uma trilogia sobre a terra a que nos conectamos, a família que guardamos no coração e as pessoas que desejamos amar... Com pais indiferentes, Iona Sheehan cresceu ansiando por carinho e aceitação. Com a avó materna, descobriu onde encontrar as duas coisas: numa terra de florestas exuberantes, lagos deslumbrantes e lendas centenárias – a Irlanda. Mais precisamente no Condado de Mayo, onde o sangue e a magia de seus ancestrais atravessam gerações – e onde seu destino a espera. Iona chega à Irlanda sem nada além das orientações da avó, um otimismo sem fim e um talento inato para lidar com cavalos. Perto do encantador castelo onde ficará hospedada por uma semana, encontra a casa de seus primos Branna e Connor O’Dwyer, que a recebem de braços abertos em sua vida e em seu lar. Quando arruma emprego nos estábulos locais, Iona conhece o dono do lugar, Boyle McGrath. Uma mistura de caubói, pirata e cavaleiro tribal, ele reúne três de suas maiores fantasias num único pacote. Iona logo percebe que ali pode construir seu lar e ter a vida que sempre quis, mesmo que isso implique se apaixonar perdidamente pelo chefe. Mas as coisas não são tão perfeitas quanto parecem. Um antigo demônio que há muitos séculos ronda a família de Iona precisa ser derrotado.


Minhas opiniões sobre o livro:

Bruxa da Noite é o primeiro livro da trilogia Primos O’Dwyer, que nos mostra uma família unida por laços de sangue e de compromisso, que tenta derrotar um antigo mal que assombra não só seus membros, mas toda uma região há séculos.
Mesclando cenas que se passam no século XIII a acontecimentos atuais, a obra cheia de magia e romance cumpre seu papel: Faz-nos ansiar pelo próximo livro, e isso já é mais do que se pode dizer sobre a maioria das trilogias atuais.
Além disso, o livro consegue ser agradável e leve, mas também  trazer momentos de reflexão, e vai te prender especialmente  se você se interessa por magia, pois este aspecto é impecavelmente trabalhado na trama, com pouco espaço para exageros ou licenças poéticas, representando o paganismo de uma maneira muito bonita, respeitosa, e orgânica, especialmente nos momentos de flashback da época de Sorcha e seus filhos.


A história nos apresenta a Sorcha, a primeira Bruxa da Noite. Poderosa e  respeitada pelo seu clã, a feiticeira aparece enfraquecida e triste após um aborto espontâneo, porém resoluta e centrada em proteger seus filhos Eamon, Teagan e Brannaugh, assim como seus próprios poderes das investidas de Cabhan, um homem maligno e quase tão poderoso quanto ela própria, que deseja se unir a ela, com propósitos sombrios.
Sorcha prepara um poderoso feitiço que a enfraquece ainda mais, porém entrega aos seus descendentes parte de seus poderes. Assim defendendo-os, mas também os atando ao dever de destruir o terrível bruxo.
A partir daí, vamos conhecer Iona, já em nossa época. A americana descobre, por intermédio da avó, que a missão de derrotar Cabhan cabe a ela e seus primos distantes, Branna e Connor, a quem nunca viu. Assim, ela parte para a Irlanda, não apenas para sua missão mágica, mas também a procura de sentir-se querida e de pertencer a um lar, já que seus pais nunca lhe proporcionaram essa sensação.
Devo fazer aqui um adendo: se você não está familiarizado com essa noção de clã, o relacionamento subitamente afetuoso de Iona e dos primos, a forma como a moça é recebida do outro lado do mundo e a noção de família apresentada pelo livro vão lhe parecer surreais e forçadas. Não são. Eu não sou irlandesa, mas a  italianada da minha família não raro é comparada a um clã- elogiosa ou pejorativamente- e o que acontece com Iona já aconteceu comigo. (Em menor escala, claro. Não fui pra Irlanda, mas já senti essa acolhida de gente que eu nunca vi,e que ama porque “é prima”. )
Conhecer essa dinâmica do “sangue é sangue” me fez sentir conectada ao livro de uma forma maravilhosa, e os primos O’Dwyer já viraram parte da minha família.
Iona, sempre à espera de aceitação e amor, sente-se enfim pertencente a um lugar, uma família, uma história, e fica em êxtase com sua nova vida na Irlanda, ainda que os perigos de sua vinda sejam iminentes.
Para melhorar, ela conhece Boyle, amigo de infância dos primos, e finalmente sabe também o que é pertencer a alguém.
O livro é introdutório à Trilogia, e foca no aprendizado de Iona, que nunca havia exercitado os poderes herdados de Sorcha, e também na adaptação da moça a esta sensação de família, para que, fortalecida, possa juntar-se aos primos e amigos para enfrentar Cabhan.
Apesar disso, a escrita bem dosada de Nora não permite que se instaure na narrativa aquela sensação de “estou sendo enrolado para o próximo livro”.
 Os eventos ocorridos no livro são necessários na preparação de Iona e seu círculo, que conta, além de Iona e seus primos, com o amado Boyle, a amazona Meera, outra amiga de infância dos irmãos, e Finn, namorado de Branna na adolescência, que perde a confiança da amada quando todos descobrem que ele é descendente de Cabhan.
O amor entre eles ainda é intenso, e as falas de Branna sobre o assunto me fizeram chorar até beirar a desidratação. Espero que em algum dos próximos livros, o relacionamento dos dois seja mais trabalhado, pois eu fiquei torcendo por eles enlouquecidamente.
Resumo da ópera: fui capturada por especificidades.
 E se você se identificou em alguma ou muitas delas, tenho certeza que a escrita fluída e precisa de Nora vai te conquistar também. Eu já estou ansiosa pelo próximo livro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja Bem-Vindo,
Interaja conosco, é um prazer poder saber a sua opinião.


Deixe seu link que retribuiremos a visita.
Não serão aceitos comentários ofensivos ou de span.

Volte sempre ♥