Resenha: Quando O Mal Tem Um Nome - Glau Kemp

21 janeiro 2019


“Sinto medo. O tipo de medo que persegue até a presença de outras pessoas. Segue até a luz e entra nas cobertas. Não está debaixo da cama ou dentro armário. Está em minha pele e tem um nome. Não pergunte. Não descubra. Nunca saiba o nome do seu medo, ou irá chamá-lo... Seus lábios podem estar selados, mas sua mente repetirá: Donavan... Donavan... Donavan.”
Na Aparecida dos anos 70, uma cidade erguida no centro de um milagre, conhecemos a história de Marta e sua filha Clara. De sua terra cultivada por fé a malignidade cresce no coração de uma mãe devota. As orações que a padroeira não atende são feitas agora para eles: anjos caídos. Ela não deveria saber o nome do demônio que atendeu sua prece, e a abominação despertada é tão grande que todos vão pagar pelo seu pecado. O mal só precisava que alguém o chamasse pelo nome e agora está entre nós.
"Faça uma oração antes de dormir e deixe a luz acesa. Se vir a fé em seus olhos, talvez vá embora. Mas ele virá” 

Edição: 1 • Editora: Amazon  ISBN: B077NV4K3B • Ano: 2017 • Páginas: 204 








Quando o Mal tem um Nome foi a estreia pública da autora nacional Glau Kemp, ao meu ver a trama está mais para uma novela de terror que para um conto e nos conta de certa forma a história de uma família marcada pelo mal. 

A trama se divide em duas partes: 
A primeira narra a busca incessante de Marta, uma senhora grávida que já é mãe de dois meninos e deseja a todo custo, que a criança em seu ventre seja uma menina. E está disposta a tudo para conseguir essa "Graça". 
E para alcançar o seu desejo, ela literalmente acende uma vela pra Deus e outra para o Diabo. 
No inicio da gravidez faz promessa para ter uma menina e quando acredita que a graça não será atendida, ela apela para meios pouco ortodoxos. 


O que faz com que a sua vitoria não seja tão doce e ela nunca consiga amar a filha que ganhou.
A segunda parte é narrada por Clara, uma jovem doce e inocente que carrega nas costas os pecados da mãe. Ela nunca fez nada de errado, mas sempre foi maltratada dentro de casa, primeiro pela, mãe e depois pelo pai e pelo irmão. Ela sequer conhece os segredos obscuros sobre a sua concepção, mas precisa carregar dia após dia as consequências disso.
Quando Clara acredita que encontrou a sua salvação, está na realidade cavando a sua própria sepultura.

"Faça uma oração antes de dormir e deixe a luz acesa. Se vir a fé em seus olhos, talvez ele vá embora. Mas ele virá."


Então, eu achei a nota da autora construída para introduzir a história incrível, tanto que me fez colocar a leitura com as expectativas lá em cima. Porém eu acho que ela prometeu mais medo do que o Donavan podia nos dar. 
Para mim, a parte da história que antecedeu o nascimento da Clara foram mais assustadoras do que a do auge do livro, que é quando o real vilão da trama começa atuar. Achei que o enredo começou bastante forte e não conseguiu manter a intensidade na narrativa até o fim. 
Isso não fez com que o enredo fosse ruim, longe disso, ele só não alcançou as expectativas que ele criou logo de cara.

A construção dos personagens é boa, ainda que essa envolva mais as protagonistas, deixando a descrição dos coadjuvantes superficial. A Marta foi uma personagem que me irritou desde o inicio da história e foi aumentando essa raiva gradativamente até o momento que eu aplaudi o que aconteceu com ela. Já a Clara, inicialmente eu não sabia direito o que esperar dela e depois senti muita empatia, porque foi uma personagem que parece que veio ao mundo apenas pra sofrer, coitada.

A escrita da Glau é extremamente dinâmica e jovial. Ela prende a nossa atenção enquanto nos imerge na história. O enredo também é muito bem construído e pesquisado. Não é todo mundo que consegue inserir a goétia numa trama de uma forma tão solida e coerente. Ainda mais tecendo paradoxo com lugares e acontecimentos reais, da história do Brasil. Eu gostei muito disso e para mim, autor que demonstra tanta pesquisa em sua trama é outro nível. Sem dúvidas quero ler mais obras da autora, que não deixa dúvidas é um nome forte nessa nova geração de escritores de terror e mistério da literatura brasileira.

21 comentários:

  1. Oiii, Kris, como vai?
    Eu já li esse livro ano passado e foi algo extremamente apaixonante que fiz, a Glau se tornou um dos meus verdadeiros amores da nossa literatura e gostei muito de saber a sua opinião, além do mais que sua foto ficou linda!
    Beijinhos

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  2. aaahhhh que eu quero esse livro pra ontem!!!
    parece ser muito bom!!
    obrigada pela indicação <3

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  3. Olá!

    Concordo com você sobre autores que se importam em pesquisar, isso realmente fica evidente no livro, é muito bom quando notamos isso.

    Porém, confesso, não encaro livro de terror, não, mesmo você dizendo wue dá menos medo do que deveria. rs

    Beijo.

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  4. Oiii Kris

    Tive um contato com a Glau via skoob e ela parece ser tão simpática, fico feliz em saber que sua escrita é jovial e bem trabalhada, pena que ela não conseguiu manter o terror e acabou decaindo um pouco ao longo das páginas, é um pouco frustrante quando o livor começa a todo o vapor e vai perdendo o fôlego, ainda assim a proposta é interessante, bem intrigante com certeza e me parece ser uma leitura rápida, bacana pra se fazer quando pinta a vontade de ler uma história mais horripilante que de costume. Eu que sou medrosa pra caramba capaz que termine morta de susto....rsrs

    Beijos

    www.derepentenoultimolivro.com

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  5. Olá, tudo bem? Menina, desde que vi pela primeira vez esse livro por aí eu fiquei arrepiada só de ler a sinopse, hahaha. Mesmo com você tendo dito que o livro dá menos medo do que parece, eu não sei se leria não, pois sou bem "cagona" para essas coisas, haha. Adorei a resenha!

    Beijos,
    Duas Livreiras

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  6. Oi, tudo bem?

    Cara que resenha legal! Eu também acho super importante que os autores pesquisem bastante pra escrever as coisas, acho que isso deixa o livro mais gostoso de ler. Fiquei encantada com seus comentários, quero muito conhecer!!
    Valeu a dica! <3

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  7. Sinceramente esse não é tipo de livro que me chama a atenção, pelo fato de que não costumo ler obras do gênero terror, ou que proporcione o leitor algo assustador. No entanto a premissa do livro e interessante, a busca incessante da mãe por ter uma filha mulher, e a mesma ter de pagar pelos pecados da mesma. Por isso quem curti o gênero, com certeza vai se interessar pela leitura.

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  8. Olá!
    Eu li este livro no ano passado e adorei, apesar de concordar que ele não mantém a mesma carga de medo que o começo da história. Senti muita pena de Clara também, para mim ela foi vitima de Marta, que convenhamos né?! Não raciocinava muito bem. Enfim, adorei a resenha!

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  9. Oi, tudo bem?
    Eu não conhecia esse livro e nem a autora, mas confesso que não é o estilo de leitura que me atraia. Eu não leio o gênero e, por isso, só de ler a sinopse eu já sabia que não leria. Mesmo você dizendo que o livro dá menos medo do que prometia, acho que não funcionaria bem para mim.
    Mas fico feliz que, mesmo com algumas ressalvas, você gostou da leitura e percebeu que a autora fez um bom trabalho de pesquisa. Adorei a resenha e acredito que para quem gosta de livros deste gênero, deve ser uma boa opção de leitura.
    Beijos!

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  10. Olá,
    Confesso que por mais interessante que essa premissa seja ela não desperta o meu interesse por eu não ler o livro desse gênero irei passar a dica

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  11. Oii, tudo bem?

    Eu adorei a premissa, mas fiquei com dó da Clara, e é realmente uma pena que a trama não tenha conseguido cumprir com as expectativas.
    Adorei a questão do autor demonstrar tanta pesquisa, é um baita ponto positivo.
    Mesmo com alguns pontos negativos, espero gostar do livro, pois fiquei bem interessada.

    Beijinhos!!

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  12. Eu já conhecia, mas não consegui me interessar pela leitura. Gostei de ver a sua sinceridade ao falar sobre a obra e mostrar os pontos mais fracos e os melhores também. Não digo que não leria, talvez eu até leia caso surja a oportunidade.

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  13. Esse livro está na minha lista de desejos já tem um bom tempo e sua resenha reforçou isso. Amo a premissa de macabra dele, então mesmo que a intensidade da narrativa não tenha se mantido eu fico curiosa para conhecer essa trama. Apostando nessa escrita dinâmica, que eu amo, quero ainda mais ler. Parabéns pela sinceridade da resenha, é difícil encontrar isso em obras nacionais.

    Abraços.
    https://acabinedeleitura.blogspot.com

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  14. Oi, Kris!
    A sinopse do livro não me atraiu tanto, mas a sua resenha me fez repensar sobre a leitura, gostei da forma como a autora conduziu a trama, pelo visto não vou me arrepender de ler!
    bjs
    Lucy - Por essas páginas

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  15. Ola Kris..

    Minha nossa, a quanto tempo não venho lhe visitar... amei o novo template!! Então, sua resenha como sempre está muito bem construida e amei a premissa do livro, porem, eu tenho um serio problema com o terror, então, infelizmente esse livro nao é pra mim...

    beijos

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  16. Oi, acho que baixei o e-book na Amazon mas ainda não li. A premissa é super interessante, com essa mãe obcecada por ter uma filha, mesmo não sendo intensa do início ao fim é uma leitura que ainda quero fazer.

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  17. Olá,
    Com toda certeza eu apoio autor que faz pesquisa, já que a falta delas em alguns livros me incomodam de mais. Ultimamente tenho tido boas surpresas quanto a autores nacionais que escrevem terror.

    Debyh
    Eu Insisto

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  18. Olá, tudo bem? Por não ser tão fã na temática terror, nunca tinha ouvido falar do livro, porém achei bem interessante a premissa. Que pena que as expectativas geradas logo de cara não são atendidas no total, porém podemos perceber um nome promissor da literatura nacional. Adorei!
    Beijos,
    http://diariasleituras.blogspot.com.br

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  19. Oi.

    Lembro que eu não era fã de livros de terror mas depois que li um não quero mais parar.
    Adorei a premissa, achei bem interessante com certeza vou anotar a dica.

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  20. Oii kris, tudo bem?
    Nesse ano eu quero me aventurar mais nos livros de terror e triller, fiquei muito focada em romances de época, sinto que estou perdendo de conhecer livros maravilhosos de outros generos.
    Todas as resenhas que li de "Quando o mal tem nome" foram muito elogiosas, fiquei curiosa para conhecer.
    Abraços, Mary.

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  21. Fiquei aqui encucada sem saber o que é goétia... Hehe... Vou ter que visitar o Google em breve. Pena que o livro nao conseguiu atender todas as expectativas que criou, mas pra quem curte o gênero parece uma leitura legal mesmo assim. Eu particularmente sou medrosa demais pra isso. Rs

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:) :( ;) :D :-/ :P :-O X( :7 B-) :-S :(( :)) :|
:-B ~X( L-) (:| =D7 @-) :-w 7:P \m/ :-q :-bd

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