Olá seres conversantes '-'
Hoje eu venho aqui com o coração cheio de letras e a boca de flores fazer a divulgação de um livro que eu nem li e já recomendo cheia de certezas, Entre Rosas e Abismo da poetiza Ingrid Carafa, uma das autoras que mais encantam meus dias internáuticos, com suas publicações permeadas de verdades e incertezas publicadas no Facebook.
Com um estilo de escrita próprio, mas que beira o Bukowskiano devido a sua visceralidade ao abordar em seus textos temas como feminismo, desigualdade social, preconceito em suas mais diversas facetas e amor é lógico, ou a sua ausência, fazendo com primazia o uso de elementos cotidianos e marginalizados, para nos mostrar o belo no feio.
"Aristóteles fala da possibilidade de realizar o belo imitando com maestria aquilo que é repelente e Plutarco diz que, na representação artística, o feio imitado permanece feio, mas recebe como que uma reverberação de beleza da mestria do artista." Humberto Eco
Sem duvidas Eco curtiria tomar uma cerveja com Ingrid enquanto conversavam sobre o seu trabalho, pois ela é capaz de nos fazer ver beleza na dor, na desarmonia, no que as pessoas acham repugnante, mas não uma beleza romantizada e passageira, e sim uma beleza capaz de nos faz chorar, rompendo os conceitos obsoletos e fugindo da poesia convencional.
Ela evoca em seus escritos os mais diversos sentimentos, em suma é isso:
Ler a Poesia de Ingrid é Sentir!
Ler a Poesia de Ingrid é Sentir!
"Ontem à noite quando eu estava voltando do trabalho
vi dois caras agachados na calçada de uma igreja
meu vizinho de caminhada, que por sinal estava indo para uma vigília no monte sei lá o que,
apontou o dedo na direção e comentou cheio de asco:
- Tudo nóia de crack. O governo tinha que dar um jeito nisso. Deus me livre.
Saiu andando na frente, apressado, precisava chegar logo no tal monte
pra garantir um lugar no céu
Parei pra observar a cena
eles reviravam um saco de lixo preto e estavam tomando alguma coisa
que tiravam lá de dentro
acho que era iogurte
Fiquei com uma bola de angústia agarrada na garganta feito espinha de peixe
Vomitei pra porra
Chorei
Bateu uma puta bad e eu sentei no meio-fio
fiquei revirando meu vômito com o dedo
atrás de esperança e palavras
só encontrei o fardo de viver em um mundo míope
Vai vê que ser poeta é isso
é ter olhos quando muitos já perderam"
Ingrid Carrafa
Por isso estou aqui te convidando a sentir com ela.
E anota aí esse nome viu? Porque essa moça tem futuro.
Enquanto muitos fazem poesia, Ingrid é a poesia em sua forma mais pura.
Enquanto muitos fazem poesia, Ingrid é a poesia em sua forma mais pura.
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Ingrid Carrafa é uma atriz e escritora com uma queda pela música e pelos versos. Com formação técnica em biblioteca, adora se perder e se achar entre livros diversos. Nasceu em Vitória/ES. Dona de 26 anos bem vividos e com muitas realizações pela frente. Leonina, sensível, intensa e feroz.
não conhecia a autora, mas gostei muito.
ResponderExcluir"Vai vê que ser poeta é isso
é ter olhos quando muitos já perderam"
me encantou.
www.adocic.com.br
Nossa! Não conhecia a autora mas esse poema dela é bem forte, fiquei bastante interessada. Uma ótima indicação, acredito que temos muitos escritores e poetas que merecem nosso reconhecimento! Parabéns!
ResponderExcluirOoi
ResponderExcluirAmo conhecer autores novos.
Parabéns, sempre bom divulgar trabalhos nacionais que infelizmente não são valorizados como deviam.
Beijoos!
www.estantemineira.blogspot.com
gostei do poema que tu postou, nunca tinha ouvido falar da autora antes mas fiquei curiosa, ainda mais por ter uma pontinha de Buk em seus escritos...
ResponderExcluirvou ficar acompanhando o trabalho da autora, quando tiver uma oportunidade, compro o livro ^^