Quero, antes de tudo, me desculpar pela ausência e esclarecer que ela foi causada pela rebelião simultânea de todos os aparelhos tecnológicos contra mim. Juro que tentei conversar, convencer, mimar, mas não deu certo: meu último celular pulou dentro de um bueiro em plena tempestade e fiquei, momentaneamente, privada do contato com o mundo cibernético. Vocês entendem, não é?
Em segundo lugar, quero dizer que hoje o meu post será um pouco diferente; venho, para variar, não com uma resenha, mas com um assunto que - pelo menos para mim - é de grande importância, e que tem ganhado cada vez maior destaque nas mídias e redes sociais: O Feminismo.
Estou longe de ser expert no assunto, aprendo um pouquinho todos os dias e meu idealismo leva um banho de água fria todas as vezes em que eu me vejo andando em uma rua vazia e cruzo os dedos para que nenhum homem apareça e eu chegue em casa tranquila; ou quando um grupo de homens se reúne no bar da esquina de casa e eu prefiro andar na rua do que passar entre eles; ou quando eu vejo garotas sendo rechaçadas e vulgarizadas quando seu vídeo íntimo cai na internet; se uma garota é chamada de puta porque escolheu fazer o que tem vontade (que horror, né?); ou quando dizem que fulaninha estava pedindo para ser estuprada porque, nossa, com aquela sainha minúscula...
Eu poderia continuar dando exemplos pra sempre. Mesmo, são milhares (e diárias) as situações que me fazem compreender que o feminismo não é frescura de mulher malcomida - como tantos, tão cheios de ignorância, gostam de afirmar. Feminismo é um movimento legítimo feito para que você, mulher, possa se sentir segura o suficiente para andar na rua qualquer hora do dia ou da noite; para que você tenha a autonomia para decidir o que é feito com o seu corpo; para garantir que seja paga tão bem quanto um homem pelo mesmo emprego; para que você possa escolher a vida que quer levar (a de mãe de família, mãe solteira, mulher de negócios sem filhos, mulher com dupla jornada, E ATÉ de dona de casa, veja só!) sem precisar se desculpar por isso.
O feminismo não é, ao contrário do que muitos pensam, uma manobra para que as mulheres dominem o mundo (ainda que, convenhamos, um mundo dominado por mulheres seria muito mais pacífico - brincadeirinha!). É, por definição e em caráter, uma busca por igualdade.
O que eu aprendi, e continuo aprendendo, é que nós, mulheres, somos criaturas fortes inseridas no contexto de uma sociedade patriarcal, opressora, machista e altamente sexualizada. Estamos cercadas da ignorância dos que julgam sem conhecer, dos homens poderosos que determinam o que devemos (ou não) fazer com os nossos corpos, e com as duras consequências de atos que não são só nossos. Somos guiadas, desde a infância, por regras de conduta que nos ensinam que ser mulher é manter a elegância e a boca (e pernas!) fechadas, e que o nosso valor é inversamente proporcional ao número de pessoas que nos tocaram. A nossa força inata torna-se, assim, pouco significativa - e daí vem a necessidade de nos unirmos e questionarmos de onde é que vem essa voz que nos diz que somos menores e menos importantes, para então lutarmos contra ela.
Quero agora que vocês parem um pouco e pensem seriamente no por quê de movimentos como o #MeuPrimeiroAssédio e #MeuAmigoSecreto ganharem tanto destaque. Por que a violência contra a mulher foi relevante a ponto de tornar-se tema da redação do ENEM? Por que existe uma delegacia de defesa da mulher? Por que o feminicídio está incluso no hall de crimes hediondos?
Não deve ser frescura, né?
Arrasou, Rê!
ResponderExcluirNão te falei que era mais uma feminazinha pro time, Kris?
Poste sobre o tema sempre que quiser. Nosso blog é mais que sobre literatura, é sobre liberdade, é sobre evolução pessoal.
Essa eterna construção e desconstrução é uma dor e delícia.