Resenha de Pulp - Charlie Bukowski

26 abril 2014


Edição: 1
Editora: L&PM
ISBN: 9788525418630
Ano: 2009
Páginas: 175
Tradutor: Marcos Santarrita
Sinopse: Eis um Bukowski puro-sangue. Legítimo. Concluído alguns meses antes de sua morte, em março de 1994, aos 73 anos.

Não há como sair incólume desta história. A saga de Nick Belane poderia até ser igual a de tantos outros detetives de segunda categoria que perambulam pelas largas ruas de Los Angeles. Mas aqui, mulheres inacreditáveis cruzam pernas compridas e falam aos sussurros, principalmente uma que atende pelo nome de Dona Morte. Como nos velhos livros policiais de papel vagabundo, sub literatura pura, a quem Charles Bukowski dedica solenemente Pulp.

Ele desafia sua história com habilidade de mestre. Um Rebelais percorrendo o mundo noir? A divina sujeira? A maravilhosa sordidez? Um acerto de contas com a arte? Uma homenagem? Uma reflexão sobre o fim da vida? E tomara que a morte estivesse linda, gostosa e sexy – como está nesta história – quando encontrou o velho Buk poucos meses depois de ter posto o ponto final nesta pequena obra-prima.

Minhas opiniões sobre o livro:

Eu particularmente acho Bukowski um autor genial, apesar de ter conhecido as obras dele recentemente me identifico muito com seu estilo literário e muito o aprecio. Um estilo sem papas na língua, meio problemático e altamente marginal. Ele escrevia sobre o que ele vivia, sobre onde ele vivia, antros, bares, cortiços sujos e mal frequentados e seus personagens são os típicos habitantes desses lugares. Garçons, velhos beberrões (como ele o foi), mulheres sensuais e vulgares, prostitutas e também alguns habitantes nem tão típicos assim como Extraterrestres e a dona Morte. Suas características mais marcantes são o humor ácido, as frases de efeito, duplo sentido, os palavrões.


Pulp é conhecido como o ultimo suspiro do velho safado, apelido muito justificado do velho Buk. O livro é claramente baseado em filmes classe B beirando a esquizofrenia, ele conta a história de Nick Bellane, que se considera "O Melhor detetive da Cidade" de Los Angeles, mas esse não passa de um detetive da mais baixa categoria, alcoólatra e viciado em corridas de cavalos. Bellane de uma hora para outra se vê contratado para solucionar os casos mais loucos e inimagináveis, os quais ele aceita, pois Nick Bellane soluciona qualquer caso desde que lhe paguem seus altos honorários que são: 6 dólares por hora.

O primeiro caso é o de uma senhora, que se identifica por "Dona Morte" e pede que Nick descubra se Louis-Ferdnand Céline escritor francês que todos acreditam ter morrido em 1960 ainda está vivo. O segundo é o de um empresário que contrata Bellane para flagrar a sua linda esposa em adultério (esse parece o mais normal, mas lhe coloca em muitas frias). O terceiro é o de um legista que contrata Nick para livra-lo de uma alienígena "gostosona" e no quarto Bellane é contratado para encontrar o Pardal Vermelho. A história parece um emaranhado de fatos desconexos que se entrelaçam loucamente culminando em um ápice que só o Velho Buk, poderia dar. E outro fato marcante é que mesmo por trás de tantas sátiras e loucuras, Pulp fala de morte.

A ideia que se tem é que o Velho Safado de um jeito só dele, usou seu livro mais cênico para se despedir. Pulp foi o ultimo livro escrito por Charles Bukowski, concluído poucos meses antes de sua morte em 1994.

Eu adorei o livro, e se você não gosta de leitura monótona eu recomendo, Bukowski é um autor para leitores de mente aberta, sem preconceitos e até mesmo sem vergonha, como ele o era. Mas se você, é um leitor que não gosta de palavrões, loucura ou apelo sexual, esse com certeza não é um livro pra você!

Quotes

"Esperamos e esperamos. Todos nós. Não saberia o analista que a espera é uma das coisas que faziam as pessoas ficarem loucas? Esperavam para viver, esperavam para morrer. Esperavam para comprar o papel higiênico. Esperavam na fila para pegar dinheiro. E, se não tinham dinheiro, precisavam esperar em filas mais longas. A gente tinha de esperar para se casar e para se divorciar. Esperar pela chuva e esperar pelo sol. Esperar para comer e esperar para comer de novo. A gente tinha de esperar na sala de espera do analista com um monte de doidos, e começava a pensar se não estava ficando doido também."

"Sentia o cérebro começando a pegar, Ainda não morrera, só estava em estado de rápida decomposição. Quem não estava? Estávamos todos na mesma canoa furada, tentando nos alegrar."

5 comentários:

  1. Eu adoro o Buckowski, apesar de ter lido pouca coisa dele. Assim como você, o considero genial. Me sinto na obrigação de ler este livro, por ter sido o último dele e ser tão bom assim.
    Realmente, vou colocar na minha listinha e ler o quanto antes.
    Adorei a resenha.
    Beijos,
    Yasmin
    deitadosnagrama.blogspot.com.br

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    1. Yasmim, o pior é que o livro nem é tão bom assim, é louco demais, parece um filme ruim, mas o legal é que é exatamente isso o que era pra ser, rsrsrs
      A leitura é rapidinha e flui tão fácil que mesmo se você não gostar do livro, não sente que perdeu tempo.

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  2. Olá, tudo bem???
    Eu gostei da maneira como escreveu a sua resenha. Mas mesmo com a minha mente aberta eu não me despertei pela leitura desse livro... Eu achei até a história interessante... todo o contexto, mas não é o meu tipo de leitura sabe? Xero!!!

    http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/

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    1. Entendo perfeitamente Diana, cada um tem seu estilo literário, né?
      Eu também tenho alguns que não leria de jeito nenhum :)
      obrigada pela visita :)

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  3. esse livro é excelente, a escrita de Buk é foda, um dos meus autores 'sujos' preferidos, sem sombra de dúvidas...
    bj, Kris...
    http://torporniilista.blogspot.com.br/

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