Spotlight (no Brasil, Spotlight - Segredos Revelados e em Portugal, O Caso Spotlight) é um filme estadunidense de drama biográfico de 2015 dirigido por Tom McCarthy e escrito por McCarthy e Josh Singer. O filme foi estrelado por Mark Ruffalo, Michael Keaton, Rachel McAdams, John Slattery, Stanley Tucci, Brian d'Arcy James, Liev Schreiber e Billy Crudup.
Spotlight trata da investigação, por uma equipe do jornal The Boston Globe, dos casos de abuso sexual e pedofilia por membros da arquidiocese católica de Boston. Esta investigação recebeu o Prémio Pulitzer de Serviço Público em 2003. No Brasil, o Observatório da Imprensa publicou uma série de debates sobre o filme, questionando os valores e o comportamento do jornalismo na atualidade.
A obra de McCarthy foi apresentada inicialmente no Festival de Veneza, na Itália, e, em seguida, distribuído mundialmente pela Open Road Films em 6 de novembro de 2015. Conquistou inúmeros prêmios e foi recebido positivamente pela crítica. Um defensor da Igreja Católica criticou o filme no The New York Times afirmando que "Spotlight é uma deturpação de como a Igreja tratou os casos de abuso sexual". O filme foi indicado a seis Óscars na premiação de 2016, vencendo em dois: Melhor Roteiro Original e Melhor Filme.
Baseado em uma história real, o filme do tipo drama com toques investigativos relata o dia a dia da equipe formada por Michael Rezendes (Mark Ruffalo), Sacha Pfeiffer (Rachel McAdams) e Matty Carroll (Brian d'Arcy James), chefiados pelo editor que também vai a campo Walter Robinson (Michael Keaton), do jornal Boston Globe, na busca pela matéria que ficou conhecida com o nome da equipe: Spotlight.
Tudo começou em 2001, quando o editor Marty Baron decidiu aprofundar o tema abordado em uma coluna do jornal, com a ajuda do grupo de investigação, a qual reuniram documentos capazes de provar diversos denúncias de casos de abuso de crianças, causados por padres católicos. O caso do Padre John Geoghan, que o Globe já havia publicado meses antes, foi a primeira denúncia que ocorreu em 1996, quando uma mulher o acusou de abusar de seus três filhos. Mas apenas a partir de 2001, vários relatos vieram à tona, e o Padre Geoghan recebeu cerca de 70 acusações diferentes na época.
Dentre as várias surpresas o filme traz casos nunca antes conhecidos, as quantidades alarmantes - cerca de 90 padres apenas em Boston - os líderes religiosos que ocultaram os casos, as práticas de transferências dos padres predadores, ao invés de puni-los ou trata-los, a forma de identifica-los, o perfil das famílias das crianças abusadas, mas uma coisa que me chamou muita atenção foi o fato da auto responsabilização dos jornalistas em não ter dado atenção na primeira denúncia em 1996 e, apesar de já ser muitas coisas, no filme ainda tem mais.
Ainda que o filme tenha dado origem ao livro e escrito pelo mesmo time que participou da apuração do caso, nada tem a ver um com o outro, no livro existem informações mais detalhadas e até mesmo materiais aos quais a equipe teve acesso o que pede muito estômago do leitor para completar a leitura, eu até já fiz a resenha aqui, já no filme o espectador acompanha a apuração e descobrindo os fatos ao lado dos jornalistas, o filme relata apenas a maneira como o jornalismo investigativo é feito - ou deveria ser - da motivação que justifica a denúncia, da burocracia imposta pelos poderosos e, principalmente, do abuso decorrente da fragilidade socioeconômica dos mais desfavorecidos.
O contexto do filme que se dá no ano de 2001, fica bem demonstrada como é a estrutura de Spotlight. Apesar de limitar-se à cidade de Boston, o que poderia resultar em uma produção limitada, segue exatamente a frase de Leon Tolstoi: “Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”, e assim se faz após a publicação da matéria vários outros casos sugiram, não só nos EUA como também em diversos outros países.
Este filme é realmente excelente e mereceu vencer na categoria de Melhor Filme. Uma ótima dica para quem ainda não viu.
ResponderExcluirBeijos,
André, do Garotos Perdidos
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