Eu caminho pela rua. Existe um buraco na calçada. Finjo que não vejo, aquilo não é meu problema. Eu caio de novo lá dentro. Não posso acreditar que isso aconteceu mais uma vez. Devia ter aprendido a lição e mandado alguém fechar o buraco. Demoro muito tempo para sair dali.
Eu caminho pela rua. Existe um buraco na calçada. Eu o vejo. Eu sei que ele está ali, porque já caí duas vezes. Entretanto, sou uma pessoa acostumada a fazer sempre o mesmo trajeto. Por esse motivo, caio uma terceira vez: é o hábito.
Eu caminho pela rua. Existe um buraco na calçada. Eu dou a volta em torno dele. Logo depois de passar, escuto alguém gritando - deve ter caído naquele buraco. A rua fica interditada, e eu não posso seguir adiante.
Eu caminho pela rua. Existe um buraco na calçada. Eu coloco tábuas em cima. Posso seguir meu caminho e ninguém mais tornará a cair ali.
PAULO COELHO
Texto adaptado de uma história de Portia Nelson
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